Rotina de exercícios deve ser agradável, destaca médico

Cerca de 40% das pessoas que se matriculam em academias abandonam o treino antes do primeiro mês.
Mais importante do que os benefícios para a saúde de uma atividade física é......escolher uma rotina de exercícios que seja prazerosa. Segundo o preparador físico da Pelé Club, José Alexandre Filho, os exercícios devem priorizar o perfil de cada um. O fisiologista do São Paulo Futebol Clube e da Universidade de São Paulo (Unifesp), Turíbio Leite Barros concorda: "Exercício não é como remédio. Não pode ser desagradável."

De acordo com Alexandre Filho, cerca de 40% das pessoas que se matriculam em academias abandonam antes do primeiro mês. Exatamente por conta dessa desistência, recomenda-se critérios com as escolhas de treinos: o primeiro passo é determinar a freqüência. Inicie exercitando-se três vezes por semana.

Em seguida, a duração, que só pode ultrapassar meia hora depois de algumas semanas. E, por fim, a intensidade, que depende de cada um. "A frequência cardíaca é um indicador, mas também é importante notar os sinais do corpo: dor e desconforto antes e depois do exercício indicam excesso”, explica Barros.

O preparador físico José Alexandre Filho diz que treinos longos são indicados para pessoas experientes ou muito determinadas. "É mais fácil introduzir pequenas rotinas." Uma boa porta de entrada para os sedentários é a caminhada e a corrida, diz David Cytrynowicz, presidente da Corpore, organização não-governamental (ONG) de corredores amadores. "Só quem está muito acima do peso talvez tenha de começar com atividades na água." Talvez por isso o número de corredores no Brasil chegue a 4 milhões.

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Estilo de vida ativo diminui riscos de doenças

Além de ajudar a perder peso, atividade física regular evita problemas no coração e diabetes

Uma pesquisa do Programa Agita São Paulo, da Secretaria de Estado da Saúde, revelou... que o número de pessoas que não pratica exercícios caiu 72%, de 2002 para 2008. Segundo o estudo, feito em 25 municípios do Estado com 8 mil pessoas, de idade entre 14 e 88 anos, os sedentários representam apenas 2,7% da população.

"Os dados devem ser celebrados", diz o coordenador do Agita São Paulo, o médico Victor Matsuda. "A mudança para um estilo de vida mais ativo pode provocar diminuição da prevalência de doenças crônicas e do coração".

De acordo com Timóteo Araújo, assessor científico do Agita São Paulo e um dos autores do estudo, a pessoa sedentária é aquela que não faz nem 10 minutos de exercício físico por dia, cinco vezes por semana. Nesse critério entram atividades que passam longe de uma academia de musculação, como uma caminhada até o ponto de ônibus ou pelo parque. Acima disso existe o grupo dos praticantes irregulares de exercício e os regulares – que podem ser ativos e muito ativos, e que também registraram aumento.

Para a obtenção de benefícios à saúde, porém, sair do sedentarismo não é o suficiente. Só a prática regular evita riscos de doenças como diabetes, hipertensão ou ataques cardíacos, o que se consegue com pelo menos 30 minutos cinco vezes por semana.

"A atividade física regular melhora a dilatação das artérias e diminui o estresse oxidativo", diz o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Antônio Carlos Chagas. Traduzindo: mexer o corpo evita o acúmulo de gordura nas artérias, que provoca enfarte e AVC, entre outras doenças.

O outro benefício da atividade física, a perda de peso, é conquistada quando a duração do exercício é superior a uma hora, seja caminhada de média intensidade, corrida, natação, ioga, musculação, entre outras. "Tem de ser todo dia", reforça Araújo.

O mais importante, porém, independentemente dos motivos que levam alguém a abandonar a preguiça, é escolher uma atividade prazerosa. "Ninguém deve entrar numa aula de ginástica com música alta se odeia isso", diz o preparador físico da Pelé Club José Alexandre Filho. "Cada um tem de buscar a atividade no seu perfil."

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